Curso de educação a distância promove desenvolvimento de projetos ambientais

Proposta da iniciativa é de instruir profissionais sobre assuntos relacionados à saúde pública

Jovem estudando em plataforma digital | Foto: Pixabay

Com o intuito de atender melhor profissionais da saúde e educação que não têm disponibilidade para participar de cursos presenciais, foi criado o “Ecoar – Educação, Comunicação, Atitude e Responsabilidade”, projeto de educação a distância que visa a capacitação em assuntos como controle de zoonoses, meio ambiente, entre outros. A iniciativa é de Osleny Viaro, pesquisadora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP).

O projeto carrega o conceito One Health (Saúde Única), visando a integração entre a saúde humana, animal e ambiental para manter o equilíbrio. “Uma ação depende da outra. Muitas vezes, cuidando bem dos animais e do meio ambiente, devolve-se em saúde para o humano. É um tripé de ações”, explica Osleny.

O curso de educação à distância foi oferecido dentro da plataforma Moodle no setor de epidemiologia e estatística do site da FMVZ-USP. As aulas foram ofertadas para duas turmas: a primeira foi formada por profissionais da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) e a outra por profissionais da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Somaram-se, no total, 24 alunos.

Foram 20 horas de aulas divididas em quatro módulos, sendo ministrado um por semana. A ideia de ser um curso breve foi pensada devido aos horários inflexíveis dos trabalhadores. Em cada ciclo era oferecida alguma atividade com o intuito de fazer o participante identificar o problema que gostaria de trabalhar envolvendo educação e saúde.

Na primeira fase, os alunos eram introduzidos ao ambiente virtual, conhecendo tanto ao curso quanto uns aos outros por meio de fóruns de discussão. No segundo momento, o profissional deveria trabalhar com o problema observado e entender o que esse significa para a população e o que poderia ser feito para resolver. Na terceira etapa, trabalhou-se o conceito One Health, a guarda responsável de animais de estimação, o controle de formas sinantrópicas e a prevenção de zoonoses. Por fim, os alunos finalizaram a proposta educativa e escreveram os projetos que gostariam de atuar em suas regiões.

Ao final, entre os projetos desenvolvidos, tinha-se Castrar é cuidar, Prevenção de escorpiões e Guarda responsável nas escolas. Osleny Viaro diz ter notícias de que alguns dos projetos desenvolvidos estão sendo aplicados, o que valida seu propósito inicial. “A minha tese é que formando esses profissionais, eles serão capazes de desenvolverem em suas cidades de origem e trabalho projetos educativos voltados para os problemas identificados.”

As ferramentas pedagógicas utilizadas foram videoaulas curtas, material de apoio separado em power points, textos de apoio, guia do curso e interação dos participantes por meio de fóruns de discussão, considerada essa última como o instrumento principal pela tutora. Além disso, utilizou-se a Escala de Likert, questionário em que os participantes qualificavam as aulas e opinavam sobre o material.

Para desenvolver da melhor forma o projeto, a pesquisadora cursou em 2016 disciplinas na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). As matérias que acompanhou foram Práxis Educomunicativa: da Mediação Tecnológica à Narrativa, Tecnologias digitais e espaços educativos e Metodologia da pesquisa em ciência da informação. Osleny Viaro diz ter sido útil para entender a área ainda não explorada por ela da comunicação, filosofia, educação a distância e design institucional.

Para analisar os materiais qualitativos que resultaram do Ecoar, foram utilizadas duas metodologias: discurso do sujeito coletivo e análise de conteúdo. Dos resultados obtidos, foi feita uma análise estatística de alguns termos utilizados pelos alunos para comparar ambas as turmas.

Slogan do Projeto Ecoar desenvolvido por Osleny Viaro | Imagem cedida por pesquisadora

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