Dores na articulação mandibular diminuem com uso de laser

Testes feitos em ratos mostram a eficiência da laserterapia em pacientes com essa condição

Incômodo no maxilar é o principal sinal de uma ATM inflamada ou lesionada. (Imagem: Reprodução / Google)

Grande parte da população mundial sofre com dores no maxilar, caracterizando essa condição como uma questão de saúde pública. A articulação temporomandibular (ATM), quando inflamada ou lesionada, pode causar grande desconforto, além de estalos na boca. Esse tipo de situação foi analisado por odontologistas da Faculdade de Odontologia da USP, e as experiências comprovaram a eficácia da laserterapia para reduzir esse incômodo.

Disfunções temporomandibulares podem intervir na mastigação e até mesmo causar dores de cabeça. A grande maioria dos casos, segundo a Sociedade Brasileira para Estudo da Dor, pode ser resolvida com o uso de dispositivos intra-orais de uso noturno (como placas de repouso), antiinflamatórios, cuidados caseiros e fisioterapia, quando recomendada. Na minoria dos casos, podem ser indicados procedimentos cirúrgicos.

No entanto, muitas pessoas vivem com dores ligadas à articulação maxilar, sem ter a consciência de que é possível remediar ou até mesmo reverter essa condição. Com a recente ascensão do laser como forma de tratamento odontológico, alguns pesquisadores procuram soluções fisioterápicas com o uso dessa tecnologia para resolver esse problema de saúde pública.

Assim, Alex de Freitas Rodrigues, aluno da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), apresentou, em 2017, sua tese de mestrado. Orientado pelo professor João Gualberto de Cerqueira Luz, do Departamento de Cirurgia, Prótese e Traumatologia Maxilofaciais, o estudante pesquisou os efeitos da terapia com laser na melhora dessas dores.

Os cientistas reproduziram lesões no disco da articulação em 40 ratos para, então, recorrer a sessões de 48 segundos de laser para tentar diminuir seu desconforto. Depois de cinco etapas desse tratamento, foram feitas experiências que comprovaram que o avanço podia ser visto não só no comportamento dos animais.  O Laboratório de Neuroanatomia Funcional da Dor, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, contribuiu com o estudo e permitiu aos pesquisadores fazer verificações do sistema nervoso dos animais. “Foi comprovado que o rato não sentia mais dor também através de testes em seu cérebro”, comenta João Gualberto.

Para Alex, a maior dificuldade de todo o estudo foi lidar com os ratos. “Tentamos usar a menor quantidade possível, que é o número mínimo que poderia nos dar um resultado passível de ser aceito pela comunidade científica. Tivemos a preocupação de fazer com que a vida desses animais tivesse um significado científico válido”, conta.

Além de abrir caminho para novos experimentos, a pesquisa trouxe informações preciosas que podem indicar à população um meio eficiente de reduzir as dores na articulação temporomandibular. O trabalho será publicado em breve em uma revista internacional de odontologia.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*