Transmissão submarina de energia auxilia exploração de possíveis atividades econômicas em ambiente oceânico

Sistema VSC-HVDC possibilita transporte de eletricidade em alta tensão do continente para o oceano

Imagem: Reprodução

Pesquisa realizada na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo pelo engenheiro Rodney Itiki, sob orientação do professor Silvio Giuseppe Di Santo, investiga as potencialidades da tecnologia de transmissão de energia para exploração de riquezas em mares e oceanos. A dissertação de mestrado detalha uma tecnologia de transmissão submarina de energia em corrente contínua, denominado VSC-HVDC, que permite o transporte de eletricidade do continente a um porto oceânico localizado a longa distância da costa brasileira, numa vasta região chamada Amazônia Azul. Trata-se da faixa de 370 km ao redor do litoral brasileiro, incluindo ilhas oceânicas e elevados no leito do mar, nos quais o Brasil possui direito de exploração econômica exclusiva garantida pela ONU.

Um porto oceânico foi conceitualmente projetado para suporte a exploração submarina de minérios raros no leito dos oceanos, geração elétrica por navios e plantas flutuantes, e transbordo de carga entre navios. “A metodologia desenvolvida para o sistema auxiliará o operador responsável pelo gerenciamento do porto oceânico na tomada de decisões envolvendo importação e exportação de eletricidade pelo sistema de transmissão VSC-HVDC, distribuição e geração de energia de usinas flutuantes, navios e equipamentos consumidores de energia conectados ao porto oceânico”, explica Rodney.

As atividades e equipamentos que poderiam gerar e demandar grandes quantidades de energia elétrica no oceano foram focos do pesquisador. Usinas nucleares flutuantes podem se tornar seguras para a população se puderem ser instaladas a longa distância da costa por um sistema de transmissão submarina de energia conectado ao continente.

Para Rodney, um dos grandes desafios encontrados é a quantidade de pesquisas já existentes em outros países. “No âmbito científico, é desanimador competir com a quantidade enorme de artigos de revistas e pesquisas realizadas pelos países lá fora, particularmente pelo Reino Unido, China e Índia”, comenta.

O pesquisador ressalta que é preciso investir mais no Brasil em tecnologias de transmissão de eletricidade em ambiente oceânico: “Temos que desenvolver pelo menos a nossa capacidade de projetar, especificar e construir sistemas de transmissão submarina de energia e portos oceânicos que possibilitem futuramente a integração de avançadas tecnologias e equipamentos importados de geração e consumo de energia, necessários para a exploração econômica de riquezas oceânicas da nossa Amazônia Azul”, finaliza Rodney.

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