Aproximação entre planetário e escola busca melhorias na educação

Elaboração de cartilha para as instituições procuram reverter um cenário de insuficiência no ensino de Astronomia

Planetários se mostram importantes aliados no ensino de Astronomia. Foto: Reprodução (UFMG)

A deficiência no ensino de Astronomia nas escolas brasileiras, em especial para os Ensinos Fundamental e Médio, é sentida pelos profissionais da área, que tentam reverter este cenário e retomar a importância dessa ciência para os currículos escolares. É o caso da pesquisadora Kizzy Resende, que dedicou sua dissertação de mestrado a entender formas de aproximar os planetários das instituições de ensino.

Após as análises aplicadas aos dados que coletou, a pesquisadora propôs uma cartilha a ser entregue em ambas as entidades para que os planetários possam se tornar, de fato, um importante complemento no ensino de Astronomia para crianças e adolescentes, e as escolas estejam mais bem preparadas para tal interação entre as instituições.

O objetivo da cartilha é preparar melhor as escolas para as visitas nos planetários, com planejamento e uma atuação mais efetiva, assim como incentivar que os planetários promovam um atendimento diferenciado aos alunos em comparação ao público geral.

O método da pesquisa consistiu em formular um questionário online com perguntas objetivas voltado aos planetários de todo o país que estivessem dispostos a colaborar, além de entrevistas com representantes escolares que visitam o Planetário do Ibirapuera, em São Paulo. Entre os planetários, a pesquisadora obteve participação de 65% de todos os móveis e fixos do Brasil.

Sobre as observações nas escolas, a pesquisadora afirma que há um desconhecimento da potencialidade dos planetários enquanto complemento pedagógico. Essa lacuna de comunicação observada foi a principal motivação para o início dos estudos do tema. “De fato, não são todas as escolas de ensino básico que ensinam astronomia como tema transversal em suas disciplinas”, afirma Kizzy, que completa: “dentre os motivos, podemos destacar a lacuna na formação do professor e as jornadas de trabalho que dificultam um aprofundamento neste estudo para os que possuem interesse na área”.

Destacando a importância da ampla participação dos planetários de todo o país na pesquisa, Kizzy afirma que foi gerado, também, um panorama atualizado da localização, capacidade projetiva e tipos de sessões que estas entidades promovem.

O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, no qual o trabalho está inserido, desenvolve toda uma linha de pesquisa voltada para as formas de ensino de Astronomia. Este fato evidencia uma preocupação dos profissionais da área acerca de como este aprendizado tem se dado no Brasil.

“Os trabalhos produzidos pelos alunos [do IAG] apontam problemas reais e apresentam propostas para a melhoria de cada cenário, as quais são geradas pelo profissional que vivencia o problema com o apoio técnico dos professores do instituto de astronomia“, afirma a pesquisadora.

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