Instituto Oceanográfico da USP colabora com relatório sobre conservação e uso sustentável dos mares

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Ambientalmente falando, os tempos não são os melhores para o planeta Terra. Com o aquecimento global avançando, muitos dos problemas acabam refletindo no oceano. Por outro lado, a parte restante das complicações tem sua premissa nas águas salgadas. Há dois meses, alunos do Instituto Oceanográfico (IO) da USP iniciaram um trabalho sob supervisão laboratorial do professor Alexander Turra, em parceria com a Fapesp e a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, para pesquisar modelos policêntricos de governança e gestão do oceano brasileiro.
Instituído em vários núcleos e níveis, o estudo busca fomentar, a nível nacional, discussões administrativas a serem tomadas nos próximos anos a respeito da Zona Econômica Exclusiva do Brasil — a Amazônia Azul. “Tratando-se de uma área com mais de 4 milhões de quilômetros quadrados, considerando mar territorial e zona exclusiva, nosso objetivo é criar uma assessoria científica para o planejamento sustentável nesta região.”, comenta Leopoldo Cavaleri Gerhardinger, pós-doutorando pelo IO.
Uma das atividades iniciais do laboratório foi a colaboração no desenvolvimento do Relatório Luz Sociedade Civil em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) criados pela ONU. No primeiro semestre de 2017, a Organização das Nações Unidas lançou um documento com 17 objetivos para transformar o mundo em que vivemos — o 14º era sobre conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
Paralelamente a elaboração dos denominados ODS, foram produzidos dois outros relatórios abordando os mesmos assuntos — um sob responsabilidade governamental e outro representando a sociedade civil. Alunos e pesquisadores do Instituto Oceanográfico — inclusive Leopoldo, colaboraram diretamente com o documento civil, disponibilizando seus conhecimentos para o tema oceanos.

Vida na Água: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. Foto: Reprodução

“O laboratório do professor Alexander Turra contribuiu bastante com a parte relacionada ao lixo marinho. Turra está na fase final de um livro sobre poluição oceânica, aproveitamos várias informações sobre acidificação dos mares. Outro aspecto tratado foi no tema da pesca artesanal, com input do documento Pesca Vital”, exemplifica Leopoldo. “As pesquisas também foram coordenadas com outras redes, como por exemplo áreas marinhas protegidas e ciência, tecnologia junto ao planejamento espacial marinho — com grande contribuição do Painel Brasileiro para o Futuro do Oceano.
A próxima fase do processo é a comparação. Como o ODS14 e o documento governamental sobre o tema são muito recentes, Leopoldo e outros participantes do projeto não tiveram tempo para confrontar as informações. Na visão do pesquisador, o papel do Instituto Oceanográfico é viabilizar o relatório denominado Sombra e, em termos gerais, colocar contrapontos, complementar ideias e ratificar conteúdos correspondentes aos outros dois relatórios para assim, abranger com maior precisão a tese sobre desenvolvimento sustentável e proteção oceânica.

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