Trabalho de pesquisadores reúne acervo de fontes indígenas e de literatura antropológica e arqueológica

Troca de material de trabalho entre pesquisadores do Cema resultou em organização de cerca de cem manuscritos em formato digital

Exemplo de códices mexicanos disponíveis no acervo. Foto: Maria Elisa Pinheiro da Silva

Com uma história de mais de 15 anos, o Centro de Estudos Mesoamericanos e Andinos, Cema, foi fundado em 2000 e desde então, reuniu um acervo bibliográfico e de fontes históricas de povos indígenas. O material foi doado por pesquisadores que passaram pelo centro ao longo dos anos e também de pesquisas por acervos digitais e parcerias com universidades estrangeiras.

Com a coordenação de Eduardo Natalino dos Santos, professor do Departamento de História, e Pedro Paulo Salles, da ECA, foi elaborado um projeto com bolsistas de iniciação científica para a organização do material, trabalho realizado entre 2015 e 2016, e que agora pode ser disponibilizado para pesquisadores da área e o público geral.

Eduardo explica a importância do acervo para as pesquisas na área: “Não é um material de difícil acesso, porém a combinação dos materiais é bastante rara”. O acervo conta com livros, periódicos, códices digitalizados, fotocópias e edições fac-similares.

Além do acesso ao material por parte da comunidade acadêmica, um dos objetivos do projeto também é ampliar o conteúdo existente na internet sobre os povos da Mesoamérica e Andes: “Por um lado a internet têm essa facilidade, mas por outro ela cria um universo gigante em que fica difícil as pessoas saberem o que é sério, o que não é, em que dá para confiar, então seria uma espécie de triagem disso que está na internet e como uma ferramenta de pesquisa”, diz o professor.

Eduardo ressalta que existe uma surpresa entre o público geral brasileiro e até mesmo os próprios estudantes de história ao descobrirem a existência dos códices mexicanos e mesoamericanos: “Esse material é pouco conhecido no Brasil, mesmo no meio universitário. Isso é surpreendente porque essa é uma tradição de estudos bem tradicional em termos mundiais”.

Para os interessados em consultar o acervo, Eduardo conta que as consultas são permitidas localmente, desde que agendadas pelo telefone (011) 3091-3782. Porém, se permitem fotos dos materiais.

Além da organização e acervo, o Cema fez a curadoria da exposição Códices mexicanos: imagens, escritura e debate realizada através de uma parceria entre a Universidade de São Paulo e a Embaixada do México no Brasil. Em cartaz até o dia 30 de julho, no saguão dos auditórios do prédio de Geografia e História da FFLCH, são expostos em fac-similares alguns dos manuscritos dos povos indígenas da Mesoamérica produzidos nos períodos pré-hispânico e colonial, exibidos pela primeira vez no Brasil.

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