Cidades Inteligentes: tecnologia promove aprimoramento da gestão da cidade de São Paulo

(Crédito: Ana Carolina Aires)

As capitais mais importantes do mundo estão desenvolvendo tecnologias computacionais com a intenção de tornar a utilização dos recursos da cidade mais eficiente. Essa tendência não poderia ser diferente em São Paulo. Fabio Kon, professor da área de ciência da computação do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP), tem como principal objetivo em seu grupo de pesquisa encontrar formas de melhorar a gestão da capital paulistana, tornando-a “mais inteligente” por meio da internet das coisas, big data e alta conectividade.

As chamadas Cidades Inteligentes são cidades que utilizam recursos tecnológicos em particular internet das coisas, big data, computação móvel e computação em nuvem para processar informações no meio urbano e aprimorar, assim, sua gestão. Kon afirma que um dos primeiros passos necessários para que esse tipo de melhoria seja viável, é a criação de projetos com softwares livres, ou seja, que esses programas computacionais possam ser executados, copiados, modificados e redistribuídos por qualquer usuário gratuitamente. “Com isso, podemos estar sempre aprimorando e caminhando para frente”, pontua. Outra necessidade, é que as prefeituras liberem o acesso aos dados da cidade, já que boa parte dos projetos trabalha com análise e aplicação de dados.

São Paulo “inteligente”

O acesso aberto a dados da cidade possibilitou que startups como a Scipopulis, formada por ex-alunos da USP que trabalharam em conjunto com Kon, surgissem. A liberação dos dados de GPS dos ônibus da cidade de São Paulo permitiu que a startup desenvolvesse um aplicativo que oferece serviços de mobilidade urbana, permitindo que os cidadãos acompanhem o tempo de espera de determinado ônibus. Além disso, a startup oferece suporte a SPTrans e a CET por meio do Painel do Ônibus, uma estrutura web de monitoramento do transporte público, fornecendo informações em tempo real e históricos que auxiliam a gestão, o planejamento e a operação do sistema de transporte coletivo.

O Painel do Ônibus pode ser acessado pelo link painel.scipopulis.com e monitora em tempo real as velocidades dos meios de locomoção, o tempo e a fluidez do trânsito.

Em parceria com o Instituto de Biologia da USP, Kon também está trabalhando com o rastreamento da saúde de 200 árvores localizadas em praças com conexão Wi-Fi de São Paulo. O projeto se baseia na instalação de sensores dentro das árvores, monitorando o fluxo de seiva e enviando esses dados via Wi-Fi. Dessa forma, é possível observar seu ciclo de vida e prever sua morte, planejando a poda anterior à queda. “A instalação de Wi-Fi em praças, além de ser um benefício para a população comum, é uma das primeiras intervenções tecnológicas que possibilita o desenvolvimento das Cidades Inteligentes, pois permite mapear um fluxo de dados que antes era muito mais difícil de coletar”, afirma o professor.

Perspectivas para o futuro

O céu é o limite para intervenções tecnológicas nas Cidades Inteligentes. Alguns projetos interessantes, como o Smart Parking App, que aponta onde há vagas disponíveis para parar na região e o Smart Traffic Lights, que monitora o trânsito de acordo com o fluxo de automóveis — abrindo ou fechando  faróis, evitando paradas desnecessárias e o acúmulo de veículos, estão sendo testados no exterior e podem se tornar realidade em breve. “A ascensão de Cidades Inteligentes depende, além de um desenvolvimento tecnológico aprofundado, de gestores que enxerguem o potencial da internet das coisas no aprimoramento da logística de uma cidade e queiram abraçar esses projetos, liberando o acesso a dados e abrindo espaço para que as ideias saiam do papel”.

Se interessou pelo tema? Acesse o site do projeto de pesquisa do professor Kon interscity.org e fique por dentro das novidades.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*