Uso de lâmpadas mais eficientes mostra-se essencial para um desenvolvimento sustentável

Pesquisa realizada na USP analisa lâmpadas fluorescentes com intuito de torná-las mais eficazes e econômicas

Aumento da eficiência das lâmpadas pode impactar a economia. (Foto: brasilescola)

Por Mariana Mallet Pires – marimcp97@gmail.com

Emigdio Espinola, pesquisador da Escola Politécnica, realizou um estudo que analisa a vida útil das lâmpadas fluorescentes. Espinola instalou as lâmpadas em residências e, diferentemente dos testes realizados em laboratório, foram consideradas inúmeras outras variáveis. Segundo o pesquisador, a vantagem de realizar o estudo em casas foi poder levar emcontra diversos outros fatores — chaveamento, horas de uso e depreciação da lâmpada — e usá-los de maneira mais próxima à realidade.

A princípio, o pesquisador instalou alguns equipamentos em nove apartamentos para que pudesse fazer as medições ao longo de 18 meses. “No caso das horas de uso e do chaveamento, instalei horímetro e também um contador, ou seja, toda vez que você acende a luz, o contador conta uma vez e o horímetro conta as horas e minutos”, explica. “Como as horas estão muito relacionadas a vida útil, no final da medição consigo ficar sabendo quanto depreciou.”

Para as lâmpadas, existe uma norma na qual estas não podem ter um nível de depreciação maior ou igual a 20. Para medir essa taxa de danificação, Espinola levou em conta fatores como o nível de tensão da casa, o número de moradores e o hábito dos mesmos. Ao final das medições, o pesquisador obteve o grau de depreciação dessas lâmpadas como resultado. Com este em mãos, é possível identificar como os fabricantes devem atuar para tornar o produto mais eficiente.

Em relação a isso, o pesquisador explica que existe uma organização que trabalha com indicadores de eletrodomésticos. “Esse organismo analisa os equipamentos do mercado e exige aos fabricantes que os produtos sejam cada dia mais eficientes. No caso das lâmpadas, de 1999 à 2011 houve uma melhora na eficiência de 24%”.

Dessa maneira, o aumento da eficiência das lâmpadas levaria à diminuição do consumo de energia elétrica, impactando não apenas nas usinas, mas também na economia. “Imagina se você melhorar o fator de potência da lâmpada e multiplicar pela quantidade de habitantes, isso teria um impacto tremendo no consumo, como também na economia, tanto do consumidor final como do Estado”, explica.

Entretanto, o maior problema que se encontra ainda é o fato de que as lâmpadas mais eficientes são mais caras, fazendo com que o consumidor dê preferência às mais baratas. Para solucionar este impasse, Espinola propõe que se instalem capacitores — tecnologia utilizada para melhorar o fator de potência de eletrodomésticos — nas lâmpadas.

Assim, o pesquisador acredita que, ao fazer uma análise diferente para complementar os estudos feitos em laboratório, é possível fabricar produtos mais eficazes, que impactem não apenas na economia, mas também abram caminho para um desenvolvimento sustentável.

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